O Raciocínio Lógico é uma disciplina que geralmente causa um desconforto aos alunos e esse “medo” é um dos fatores que dificulta o aprendizado do candidato. Muitos afirmam que são “péssimos” em Raciocínio Lógico e que a matéria “não tem lógica alguma”. Muito pelo contrário, há toda uma teoria que dá sentido para tudo o que está sendo explicado.
É muito comum haver questionamentos sobre o por quê do Raciocínio Lógico em provas de concursos. O que os candidatos devem saber é que as bancas examinadoras procuram verificar se os futuros profissionais são capazes de raciocinar de forma rápida e organizada, numa situação, que para muitos, é de estresse. Dessa forma, incluem em seus editais, conteúdos de raciocínio lógico, que, mesmo de forma variada, possibilitam avaliar dentre outras habilidades, a capacidade de raciocínio, memorização e concentração, alguns dos requisitos para um bom profissional.
Assim como as questões de Raciocínio Lógico podem ser decisivas para que os candidatos consigam a vaga, também podem ser decisivas para “derrubá-los”. Hoje, não se pode mais ir para a prova sem saber o mínimo que cada conteúdo exige. Quem sabe um pouco mais, passa na frente. Portanto, não adianta deixar de lado uma ou outra disciplina porque é considerada “chata” ou “complicada”, pois os candidatos estão cada vez mais bem preparados, deixando para trás os que não estão. Assim, o Raciocínio Lógico passa a ser uma arma poderosa, pois, ao contrário de disciplinas como Português, Direito, Informática e Matemática, pouquíssimas pessoas têm acesso a esse conteúdo se não for para fazer uma prova de concurso público, visto que é raro que ele seja apresentado no ensino médio ou no superior.
É fato que o melhor método para o aluno é aquele que o faz entender. E isso é muito pessoal; cada um deve descobrir sua melhor forma de estudar, priorizando sempre o maior rendimento. Mas isso não impede que deixemos de chamar a atenção para algumas questões.
A leitura atenta do enunciado é requisito essencial para se dar bem não só em provas de Raciocínio Lógico, mas também em provas de qualquer disciplina. . É visível que muitos erros surgem da má interpretação dos enunciados. E, apesar de ser um pouco contraditório, o mais comum é o aluno “ler” o que não está escrito, ou seja, ter a mania de tentar adivinhar o que o examinador quis dizer. Por isso, a leitura de jornais e revistas é tão importante. Ela deve ser um hábito, pois, além de deixar o candidato antenado, faz com que ele crie a tão desejada habilidade de leitura e interpretação. E como consequência disso, aumenta a capacidade de tirar conclusões, de estabelecer relações entre uma ideia e outra. Além disso, é muito complicado imaginar um candidato a uma vaga no setor público que esteja alienado com o que está acontecendo no Brasil e no mundo. O aluno deve ter em mente que em algumas seleções o Raciocínio Lógico é só o pano de fundo. O examinador pode camuflar uma questão de Raciocínio Lógico e nela avaliar capacidades como leitura, interpretação, agilidade de raciocínio, habilidade em seguir procedimentos, habilidade para utilizar um raciocínio com auxílio da matemática, habilidade de estabelecer comparações e, em seguida, tirar conclusões, dentre outras tantas… E, sinceramente, quem contestar qualquer uma dessas habilidades está imaginado um serviço público mais pobre de profissionais.
Embora todos já saibam que para aprender a disciplina devem-se fazer muitos exercícios, entender bem a teoria é o primeiro passo. Resolver exercícios de provas anteriores da banca examinadora também é decisivo, pois cada uma tem a sua forma de abordar os conteúdos. Conhecer a banca é tão importante quanto saber o que será cobrado no edital.
O retorno aos assuntos anteriormente discutidos faz parte do processo de aprendizagem, pois com tanta matéria para ser estudada, o candidato corre o risco de acabar esquecendo o que fez. A alternância entre as disciplinas que exigem mais leitura com as que exigem mais prática através de exercícios também é uma dica para o estudo não ficar muito cansativo. O aluno também não deve ficar preso a gabaritos uma vez que, tendo-o como suporte, não visualiza efetivamente onde tem maior dificuldade, já que na maioria das vezes, a cada erro, ele resolve a questão até chegar na resposta que está no gabarito, sendo influenciado por ela.
É importantíssimo que o candidato leia o edital. Apesar de parecer absurdo, muitos alunos às vezes não sabem nem a função que irão exercer, mas sabem exatamente qual será o seu salário caso seja aprovado. Existem alunos que na véspera da prova não sabiam se ela seria de múltipla escolha ou do estilo “certo ou errado”. Outro exemplo claro de desatenção ao edital é com relação ao uso de lápis na hora da prova. Apesar de parecer um detalhe mínimo, não é. É muito diferente quando se pode resolver uma prova de raciocínio lógico com a possibilidade de usar lápis e borracha e quando o aluno é impossibilitado de fazer isso. Os espaços que as bancas deixam para resolver as questões geralmente não são os ideais. O candidato deve procurar fazer a questão no menor espaço possível, pois caso ele erre, não poderá apagar para aproveitar esse espaço. Isso aumenta o desespero e o nervosismo. É extremamente desagradável quando o aluno só toma ciência de que não poderá usar lápis e borracha na hora da prova. Portanto, a leitura atenta do edital, não só neste como também em outros casos, é um fator essencial na preparação do aluno para que ele não tenha surpresas desagradáveis.
E o nervosismo atrapalha muito. O candidato deverá ter consciência que se ele estudou, ele está apto a fazer uma boa prova. Apesar de não existir uma fórmula mágica e para tudo haver exceções, muitos alunos reclamam que não tiveram tempo de resolver as questões. Planejamento é fundamental. Raciocínio lógico não é o tipo de conteúdo que se possa deixar para os quinze minutos finais, por exemplo. Tudo isso faz parte da estratégia de prova e, cabe ao aluno planejar seu tempo para evitar desgastes emocionais e obter resultados satisfatórios em todas as disciplinas.
O que o aluno não pode é deixar de lado alguma matéria que não goste, pois é nela que ele deve canalizar seus maiores esforços para sua superação. E superar essa dificuldade significa ter a consciência de que é capaz, ter boa vontade e se esforçar. Não adianta reclamar da disciplina, pois se ela está no edital e “faz parte do jogo”, ganha quem “souber jogar melhor”. O sucesso é diretamente proporcional ao seu esforço e boa vontade.
Abraço a todos!
Brunno Lima – professorbrunnolima@gmail.com
Texto publicado no Blog Aprova Concursos
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